16 de setembro de 2014

SOBRE A DESCOBERTA DO CÂNCER DE MAMA

Outubro está quase chegando e é o mês do MOVIMENTO MUNDIAL CONTRA O CÂNCER DE MAMA, que na maioria das vezes é curável e ainda assim o que mais mata mulheres no Brasil. 

Estou me adiantando e vou contar um pouco da minha rotina como paciente, à vocês. 

Não importa em que estágio da vida você esteja, o diagnóstico de câncer, seja ele qual for, é sempre assustador.


Procurei o meu ginecologista, depois que descobri um nódulo na mama, o qual começou a doer. Ele me encaminhou para fazer uma mamografia e logo à mastologista, Dr. Giselle, que hoje é quem acompanha meu tratamento.

Era minha terceira consulta com ela, agora para saber o resultado da biópsia. Fui sozinha, afinal, era para ser só mais uma consulta.
Ela tem uma postura firme, séria e me passa confiança. Pediu para que meu acompanhante entrasse, falei que estava sozinha e preparada para qualquer que fosse o resultado.

Menti, e ela acreditou em mim.                                         
Penso que senti uma respiração mais profunda de sua parte, logo veio o diagnóstico:
- Tamires, identificamos um tumor na mama esquerda, chamado: Carcinoma Ductal Infiltrante.

Eu não sabia o que significa aquelas palavras, acho que nunca tinha escutado antes, mas sabia que não deveria ser muito bom, o nome por si já era apavorante, foi como se tivessem aberto um buraco aos meus pés, fiquei sem chão.

Agora, era minha vez de respirar fundo, segurar minha desestrutura e escutar atentamente como seria o tratamento e esclarecer todas as minhas dúvidas.

Acho que a descoberta do câncer é a parte mais dolorosa do processo que se inicia, é a porta de entrada para um quarto escuro e desconhecido. É como se deparar com a morte, pelo menos nos primeiros momentos, é inevitável não pensar que poderá morrer por conta disso.

Ninguém está preparado para viver essa experiência, eu sei que o câncer não é uma sentença de morte, mas naquele momento, eu não sabia e não conseguia entender, aliás, eu nem conseguia pensar.

Quando saí e fechei a porta do consultório, desabei, acho que foi a vez que mais chorei na vida. Liguei aos prantos, para o meu marido ir me buscar, estava sem condições se quer, de andar. Naquele momento, com certeza ele sabia que algo tinha dado errado.

Foi ainda mais assustador para ele, não sabia como agir comigo, o que perguntar, o que conversar. Nunca tinha me mostrado tão fragilizada, eu sou a estrutura da minha casa. E o que fazer quando a estrutura se desestrutura? Ele também não sabia.

Depois de chorar por algumas horas, consegui explicar a ele o que havia acontecido e o que precisávamos fazer.  Passei o resto do dia revendo minhas prioridades e reconhecendo o que me fazia verdadeiramente feliz.

O ápice da dor aquele dia, foi colocar meu filho pra dormir e temer não vê-lo crescer.  Eu não podia conter, lá vinham elas novamente, as lágrimas...
Quando eu e meu marido estávamos na cama, abraçados como se fossemos um só, disse a ele em meio as lágrimas que ainda invadiam meu rosto:

- Amor, se acontecer qualquer coisa comigo, por favor, não deixe meu filho esquecer-se de mim, nunca. 

Um comentário:

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