11 de dezembro de 2014

RETIRADA DO TUMOR


Achei que não fosse conseguir dormir de tanto nervoso, mas a felicidade que exalava dos poros, me fez ter um sono tranquilo e revigorador. (Aquele festa surpresa ainda vive em mim...)

Eu tinha que estar no hospital às 08h00min, então, acionei o despertador para bem cedinho, assim poderia tomar um banho gostoso para acordar de verdade e renovar as energias. Confesso que perdi mais uns dez minutinhos na cama, estava tão convidativa. Quem nunca? Eu sempre!

Mala pronta e dentro dela tudo que precisaria nos próximos dias.

Deixei meus dois homens dormindo, não queria acordá-los... Um beijo no rosto de cada um e até logo dito da porta do quarto. Não chorei, porque sabia que seria uma despedida breve e que estaria ali com eles novamente. Vamos guardar o drama para quando for necessário: nunca.

Já no hospital, depois de feita a internação, subi para o quarto, por surpresa só havia eu.  O que pra mim foi bom, já não quis levar ninguém da família para não ter lágrimas intermináveis antes da entrada no centro cirúrgico, também não queria ter a infelicidade de encontrar uma pessoa de pouca ou nenhuma fé e que ficasse lastimando-se por estar ali.

Quando dei por mim já era quase meio dia e fazia 14 horas que estava sem comer, logo vieram às enfermeiras puncionar a minha veia para colocar o acesso. Estava quase na hora...

Passei a tarde conversando com a minha querida amiga e acompanhante e quando dei por mim, o maqueiro estava ali para me buscar. O tempo até que passou rápido para quem esperava aquele momento há quatro meses.

Bombardeei o zap zap informando a quem interessava, que estava entrando para a cirurgia, mas que logo, estaria de volta! Liguei para meu Marcos e pedi para que cuidasse bem do nosso menino enquanto eu estivesse fora, finalizando com um EU TE AMO, correspondido do outro lado da linha.

É engraçado como o corredor e as luzes que existem até o centro cirúrgico te remetem a um filmezinho dos melhores momentos da vida. Comentei isso com o maqueiro, ele sorriu e disse para que eu fechasse os olhos e assistisse a esse filme em câmera lenta, e diminuiu a velocidade dos passos.

Assim que entrei no centro cirúrgico, a enfermeira me pôs aquela touquinha na cabeça. Fiquei um deslumbre com aquela camisola sensual do hospital, mais a touquinha...

Fiquei alguns minutos na sala de pré-operatório, e logo o anestesista gentilmente veio se apresentar e pedir minha transferência para a cirurgia. O anestesista aplicou algo na minha veia e só me lembro de estar com uma máscara no meu rosto, inalando um cheiro super forte e uma voz suave falando – ’’respira fundo, respira fundo, respi...’’  Zzzz.

Acordei depois de três horas e meia, na sala de recuperação, com muita, muita sede. Molharam minha boca, fizeram algumas perguntas para que eu respondesse, assim verificando meu grau de lucidez. Tudo dentro da normalidade, portanto, fui de volta para meu quarto congelando.
 

O fim de mais uma etapa!

 

 

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