25 de novembro de 2013

De quatro!

Transar de quatro é a consumação do instinto animal. Delírio posicionado para o melhor prazer. Ser humano transformado em bicho por alguns instantes. Naquela hora, homem e mulher tornam-se macho e fêmea se consumindo, liberando uma vontade extrema, incontrolável, apenas saciada com a junção dos sexos, em uma posição selvagem.


Para o homem, sensação total de comando, visão ampla da silhueta feminina na sua melhor curva. Ao pegar a mulher de quatro, o homem conquista a liberdade pélvica dos movimentos. Pode estocar numa frequência mas rápida ou mais devagar, dependendo dos súplicos dela. As mãos ficam livres para alcançar os seios, segurar as ancas com força, passear pelas nádegas, como um abraço de tesão. Outra vítima dessa posição são os cabelos. Eles ficam ali, à mostra, balançando, mostrando e escondendo parte do rosto dela. O puxão é inevitável e simboliza a plena sensação de domínio. É como se ela estivesse presa, apenas pelo corpo masculino, submissa por vontade e quanto mais o seu gemido parece de dor, mais o gozo dele se aproxima.

Para a mulher, dar de quatro significa um encontro real com a vulnerabilidade. Está exposta com o seu corpo e com as suas sensações. Ali, ela sabe que ele pode tudo. De vez em quando, até vira o rosto, aprovando ou reprovando cada ação viril do seu homem, mas sabe que está enlaçada, presa e absorta demais para reclamar. A submissão excita, o descontrole tonteia e o orgasmo dela também fica mais próximo nessa posição. A mulher sente o membro de forma mais profunda, intensa, transpondo o limite da sanidade.

Estando de quatro, a entrega é completa. Há rudez mesmo na sutileza de um toque romântico. Há suavidade, mesmo na força de um desejo carnal. Transar de quatro é provocar o encaixe do sexo, montar o quebra-cabeças da relação, êxtase supremo indo ou voltando, entrando ou recebendo. De quatro é a melhor posição pra amar, mesmo que apenas por um momento.

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